De acordo com um editorial da Associação Médica Brasileira, a automedicação é um risco enorme, pois pode mascarar diagnósticos na fase inicial da doença. Confira abaixo 6 medicamentos aparentemente inocentes mais que podem te matar.
1. Vitaminas
Qual vitamina você
vai querer, A, B, C, D ou E? Peça pela letra! Bom, não é bem assim. Entrar na
farmácia e escolher entre as diversas combinações disponíveis para venda não é o
caminho certo para tentar suprir deficiências de organismo. “Milagres são
prometidos por complexos vitamínicos, mas seu consumo pode representar mais
riscos do que benefícios”, explica Camila.
Se a quantidade
ingerida de vitaminas é muito grande ou se a pessoa apresenta problema nos rins,
pode ser que o excesso ingerido não consiga ser eliminado pelo corpo. Isso leva
ao acúmulo de vitaminas no organismo, chamado de hipervitaminose. Essa condição
pode trazer riscos à saúde, como vômitos, diarreia, problemas no fígado,
arritmias, osteoporose, perda de cabelo, irritabilidade, fraqueza muscular e
inúmeros outros sintomas.
Além disso, as
vitaminas podem aumentar o risco de morte, segundo um estudo publicado pela
Associação Médica Americana. A ingestão de complementos que contenham vitaminas
A, E ou betacaroteno está ligada a um aumento de 5% nos riscos de mortalidade em
um grupo de cerca de 181 mil pessoas.
2. Dipirona
A dipirona sódica
é um medicamento que é utilizado principalmente como analgésico e antitérmico. A
droga permaneceu disponível mundialmente até a década de 70, quando foi
descoberto que havia risco de ela causar agranulocitose, uma doença muito
perigosa e potencialmente fatal.
Também conhecida
como agranulocitopenia, a agranulocitose é uma doença aguda do sangue,
caracterizada pela ausência de leucócitos granulosos. Estas células são as
principais barreiras de defesa contra as infecções, sendo assim, aumenta o risco
do paciente contrai-las.
Desde então,
alguns países como Estados Unidos, Japão, Austrália, e grande parte dos que
integram o continente europeu, baniram o medicamento. No Brasil, a dipirona é o
analgésico e antitérmico mais usado, mas entrou na lista de remédios perigosos.
3. Aspirina
Para a população
em geral, a aspirina é um medicação banal, que pode ser usada sem muito
critério. Mas ao contrário do que a maioria pensa, ela é uma droga que não está
isenta de efeitos colaterais e nem mesmo de reações alérgicas.
Milhares de
pessoas tomam aspirina todos os dias para prevenir ataques do coração e derrames
ou ainda para diminuir o risco de desenvolver um câncer. Entretanto, um estudo
feito por pesquisadores de Londres mostra que esse medicamento pode não ser tão
seguro, dado que seu uso contínuo pode trazer mais problemas do que benefícios.
Pela alteração na
formação de plaquetas, a aspirina dificulta a formação de coágulos em nosso
corpo. Esse fato pode provocar hemorragias, desde leves até severas. Por esse
mecanismo, a formação de um trombo vascular pode ser evitada, mas em seu lugar
ocorrer um sangramento que pode provocar um acidente vascular de maior
gravidade. Além disso, os acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos são mais
frequentes quando o paciente está recebendo o medicamento.
4. Anticoncepcional
Um estudo
divulgado em novembro do ano passado pela Food and Drug Administration (FDA), a
agência reguladora de remédios dos Estados Unidos, mostra que existe um risco
maior de trombose venosa em mulheres que tomam anticoncepcional contendo o
hormônio drospirenona.
As usuárias de
anticoncepcionais orais apresentam até quatro vezes mais chances de apresentarem
trombose venosa profunda quando comparadas à população em geral. Esta doença
possui como complicação o tromboembolismo pulmonar, que é uma afecção grave com
alto índice de mortalidade.
5. Paracetamol
Consumir uma dose
um pouco acima da recomendada do analgésico paracetamol por um longo período de
tempo – mesmo que apenas por uma questão de dias – pode causar graves danos à
saúde, de acordo com pesquisadores ingleses.
Eles descobriram
que muitas pessoas que usam os comprimidos contra dor não percebem quando tomam
mais do que o permitido, e elas não se dão conta dos danos causados pelo consumo
excessivo do remédio ao fígado.
Ingerir
paracetamol em excesso conduz à “overdose escalonada”, que pode ocasionar
problemas no fígado e cérebro, além da necessidade de diálise ou ajuda para
respirar. Aumentam também as chances de morte devido a estas complicações.
6. Antibiótico
Os antibióticos
são venenos seletivos, que matam bactérias específicas sem afetar as células do
nosso corpo. Mas seu uso indiscriminado é um problema de saúde muito sério.
+ Detalhes
O uso imoderado
favoreceu o contato de diversas bactérias com múltiplos antibióticos, as quais,
devido aos seus mecanismos de defesa, sofreram alterações (mutações) para
conseguir conviver com os medicamentos, tornando-se resistentes. Ou seja, as
bactérias apresentaram, progressivamente, sinais de resistência e até mesmo de
indestrutibilidade aos antibióticos.
Isso quer dizer
que o uso abusivo pode fazer com que bactérias em seu corpo tornem-se imunes aos
antibióticos. Mais de 25 mil pessoas morrem por ano na Europa por causa de
microrganismos resistentes.
Aqui o risco é
duplo, pois prejudica a sua saúde e de toda humanidade. O uso generalizado ou
incorreto deste tipo de medicamento pode fazer a raça humana regressar à
primeira metade do século XX, quando as doenças infectocontagiosas eram as
grandes responsáveis pela taxa de mortalidade.
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